quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Maior de Todos os Missionários

"Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou" (1 João 2.6).

O grande número de iraquianos que fingiam ser Saddam Hussein fez com que os soldados americanos tivessem dúvidas no momento da prisão do ex-ditador. Mesmo depois de Saddam confessar aos soldados quem era, as dúvidas acerca de sua identidade continuavam pairando, até que finalmente foram dissipadas com a confirmação do exame de DNA.
A possibilidade de terem capturado a pessoa errada, em vez do homem mais procurado do país, era real e as tropas de coalizão já sabiam que não somente no Iraque, mas em países vizinhos havia muita gente que se passava por Saddam Hussein, a fim de confundir as autoridades americanas. Essa prática já foi utilizada em diversos momentos da história e com os mais variados pretextos. Além do mais, em todas as partes do mundo encontramos pessoas parecendo e querendo parecer umas com as outras. Os sósias estão por todo lugar, imitando e interpretando personalidades de todos os gêneros: artistas de televisão, músicos, políticos, jogadores e etc.
Confesso que ao longo da minha infância também sonhei me tornar como muitos que eu admirava, especialmente na televisão. Aprendi cedo a admirar alguns que empolgavam multidões, tanto com a bola nos pés, como com a bola nas mãos. Contudo, nunca consegui ser como alguém que não fosse eu mesmo. Quem me conhece sabe, sempre fui péssimo em imitações...
Entretanto, observando o texto bíblico inicial percebo que imitar Jesus e andar como Ele andou é um desafio que permanece diante de mim e de cada nova criatura. Tal desafio nos chama a uma profunda reflexão missiológica; e nos convida a renunciar interesses pessoais para assumir um estilo de vida semelhante ao dEle.
A orientação do Espírito Santo ao inspirar Paulo a escrever, continua ressoando ao longo dos anos: "[...] haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus" (Filipenses 2.5).
Muito já tem sido dito a esse respeito, mas o que quero destacar nesta oportunidade é que Ele andou como um missionário, diga-se de passagem, o maior de todos os missionários.

"Deus tinha um único filho e fez dele um missionário"- dizia David Livingnstone para apontar Jesus como o centro da missão de Deus; e o Seu ministério terreno como a maior expressão e figura do que é ser um missionário.
Visto que estávamos perdidos e toda a humanidade falida espiritualmente para se aproximar de Deus, alguém, enviado da parte do Criador, precisava vir ao nosso encontro a fim de nos resgatar.
A totalidade da obra da cruz nos revela que Jesus foi chamado por Deus com essa divina missão, a maior missão de todos os tempos, originada na eternidade. "E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apocalipse 13.8).
Jesus voluntariamente deixou Sua glória, seu lugar de habitação, aceitando o desafio de viver entre nós por meio da encarnação. O Emanuel se submeteu às limitações de um corpo físico, identificou-se com todas as nossas mazelas e assumiu a nossa identidade humana e cultural, provando o mais perfeito de todos os processos de contextualização. Ele deixou toda riqueza para viver um estilo de vida simples. Em tudo foi provado, compadeceu-se dos pobres e sentiu a dor dos oprimidos. Ele libertou os cativos e curou os enfermos. Ele pregou o evangelho a todos quanto pode e treinou homens e mulheres para serem Seus discípulos. Ele resgatou a humanidade perdida no pecado e edificou a Sua igreja, coluna e firmeza da verdade. "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis" (2 Coríntios 8.9).

Sem dúvida, a maior vitória da obra missionária no relacionamento com as culturas foi evidenciada na vida daquele que, vestido de homem, não tinha como missão se tornar um respeitado líder religioso. Todo o empenho do Filho de Deus repousava sobre a proposta de resgatar os perdidos e escravizados pelas algemas do pecado. "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19.10).
Logo, a igreja da qual eu e você fazemos parte hoje foi fundada por Cristo, o maior de todos os missionários enviados por Deus a este mundo. Agora é Jesus quem nos convida a andar como Ele andou e nos envia de maneira surpreendente, assim como o Pai, o Deus da missão o enviou.
"Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós" (João 20.21).

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